Wednesday, March 29, 2006

Cadáveres Esquisitos VS Camilo Castelo Branco


Naqueles primeiros dias vi algures dentro de mim um doido que sofria por ter talento. Pedi-lhe um Mundo Novo na maneira de pensar, na subtil forma e eloquência da tração que espalha ao sussurrar, gritando contra o seu algoz. Este homem, este zelo de virtuosa cor brilhante e quente é onde me refugio quando olho com atenção para o que mais me atrai, porque não posso parar.

Choro porque é intensa a viagem célebre de infâmias.

Se em minha alma cabe algo lindo, algum entusiasmo, repleto de vibrações, é o entusiasmo da penitência, onde a vida, herdeira de não sei quantos macacos, um, dois, três, quatro, cinco, como um rival que não honra ninguém, é um objecto cortante.

Senti-me o principal objectivo, não sei se dela, se dele, se de mim..., alguma inquietante dúvida que diante dessa dor natural e espontânea, daquele idiotismo pungente, um sentimento que faz chorar os estranhos, era de levantar as mão feias, todas mentirosas.

Fugi tanto da história, Meu Deus!

Desculpa esta transformação algo disforme que expandiu-se comigo com pouco. Apenas sei que tal coisa é totalmente impossível de concretizar.

Basta! Não posso prolongar esta fonte inesgotável de sofrimento.

Por último, deixa-me fazer-te uma pergunta...

Quem és tu?

Um sentido... sem sentido?


Um sentido de vida nos dias que caem à nossa frente quando imaginamos ter tudo pensado, tudo ligado, tudo preparado para um futuro de glamour, de sonho, de paz, de alegrias e tristezas, de sorrisos e choros, com o amor de quem nos ama, com casamento, filhos, casa, carro, roupa, sentimentos, momentos inesquecíveis, momentos orgásmicos. É esse sentido que nós queremos, é esse sentido que sonhamos, é nesse sentido que todos os dias trabalhamos, para um dia mais tarde podermos dizer: "Hoje, não me importo de morrer, consegui!". Sempre, sem saber que seremos esquecidos mais tarde, que seremos deixados de lado, ignorados, colocados aparte, com desconhecidos, duvidando da nossa palavra, dos nossos ideais, das nossas vidas, dos nossos passados. Aqueles cuja vida saía das nossas mãos, nos dias em que o esforço no dia-a-dia comandava o nosso destino, viver de nós para nós e para os nossos, não esperando mais nada dos outros, sobrevivendo para não ir morrendo. Os mais velhos, os velhotes, aqueles que devem ser respeitados, amados, aqueles que nos deram o que temos hoje, aqueles que sorriem quando contam histórias, que choram quando nos vêem, que conseguem ser teimosos quando querem mas queridos quando menos se espera, aqueles que pensamos saberem menos que nós, são os que nos dão a maior lição de vida. A vida que eles quiseram um dia dar sentido, para não ter de morrer numa cama de um lar ou de um hospital, mas naquela que construíram. Porque não dar-lhes uma maior atenção? Porque não aprendermos com eles? Procurar aquela criança dentro deles e falar com eles como falamos com os amigos? Não são dinossauros, são pessoas como nós que um dia pensaram como nós, quiseram viver o momento, chorar com os amigos, sorrir com os amigos, mentir aos pais de onde estavam, apanhar aquela bebedeira, roubar aquela peça de fruta, dar mergulhos no rio, esconder a comida que não gostavam no guardanapo, sonharam com brinquedos que nunca tiveram, choraram por comida que nunca comeram, ansiaram por uma vida que, se calhar, nunca viveram mas à qual tentaram dar um sentido... um sentido igual ao que nós queremos dar, ao que nós damos, ao que nós temos... momentos diferentes, vidas iguais... para morrer sozinho. Será que este sentido terá algum sentido?

Sunday, March 19, 2006

Ganha coragem, Galvaniza-te!!


Os primeiros passos são inúteis se não andares até ao fim,
Enfrenta o mundo de frente porque viver é mesmo assim,
Acredita, sê forte, não desesperes nem desistas,
Aprende a ser humilde e parte... p'ra novas conquistas!

De cabeça erguida,
acredita em ti
no triunfo da vida.
Ninguém te pode parar,
não percas a esperança
que a estrada é comprida.

Torna-te um ser pensante
e eleva a consciência,
liberta o teu amor por palavras
revestidas pela inocência...

Da flôr que sofre por querer nascer dentro de ti
e tu, cego, não és capaz que procuras estar dentro do teu jardim.
Fecha os olhos e mergulha no universo mais incrível.
Prova a beleza da maturidade
descobre que nada mais é inatingível!

O equilíbrio é importante
para nos mantermos firmes e confiantes.
Apaixona-te pelo infinito e descobre mundos mais distantes,
Os tempos onde podes inpirar
a confiança que necessitas...
usa todas as energias da alma
naquilo em que acreditas!

Só quem pratica o bem
aspira na vida felicidade,
só quem sofre, chora e batalha,
é digno de notoriedade!

O mais fiel sentimento
é o maior incentivo,
Vamos mudar o presente,
mas só chega à fonte do futuro
quem nadar contra a corrente.

Nunca faltarão pretextos
para não cumprires os teus deveres
não fujas de ti, da verdade, para não te afogares em desprezíveis prazeres...
passageiros, das verdadeiras reflexões conscientes com o vento vão.
Se ainda não te revolucionaste,
só te resta cumprir a tua obrigação.

Eu não significo nada,
mas ouve humildemente os meus versos
E faz alguma coisa para se ver
germinar os progressos!

Ninguém se torna ilustre por fazer o que lhe apetece,
o que pensamos são sonhos, 
o resto naturalmente acontece.

De que te valem as lágrimas
se assistes o mundo a ser destruido?
O verdadeiro herói luta com coragem
mesmo quando tudo parece perdido!

Monday, March 13, 2006

15



São as pessoas que estão comigo. Ou serei eu que estou com elas? Questão: estamos uns com os outros? Resposta: Não sei. Provavelmente apenas estamos. No entanto, fala-se. Muito. Para os outros ou para nós mesmos? Questão: Dizemos o que queremos ou o que os outros querem ouvir? Resposta: Não sei, fui interrompido por alguém que está a dizer qualquer coisa...

Saturday, March 11, 2006

Milésimo de segundo na praia

No outro dia estava deitado na praia, na riviera (Costa da Caparica).
Estava na toalha a olhar para a linha do horizonte e pensei:

" E se pegássemos num X-acto
e cortássemos a linha
do horizonte?"

01.07.05

-> tou a começar a cheirar o sal, o sol, a areia e inclusivé a começar a irritar-me com algumas pulgas da areia que às vezes andam por la a saltitar. Mas que gosto... ai isso GOStO!

Thursday, March 09, 2006

K7



Estou farto de pensar. Por vezes penso que não vale a pena. Mas não resisto. Vejo tudo a andar para trás. Rewind. Como uma cassete. Tal e qual. Mas mais lento, para eu ver. À volta, tudo avança. Forward. Eu não. Rewind. E para quê? Se eu soubesse, carregava no Stop. E depois Play. Andava. Para a frente... A fita. Parece maior para trás que para a frente. Um filme. Ao contrário. Não com pernas para o ar, mas com o ar para as pernas. Virado. Não de lado. De trás. Lento como a vida. Rápido como a vida. Confuso. Riscado. Não de baixo para cima, mas de cima para baixo. O oposto. A imagem. Não boa, má. O antónimo.

Sinto com o lado errado do cérebro.

Penso com o lado errado do coração.

Chão? Não há. Fim...

Wednesday, March 08, 2006

Porque não 9 ou 11?


10 vezes mais, dez vezes menos... dez vezes diferente, dez vezes o mesmo... chorar dez vezes, sorrir dez vezes, esquecer, correr, saltar, brincar, virar à esquerda, virar à direita, tropeçar, vestir as calças, os sapatos, a camisola, comer um rebuçado, um chupa, um chocolate, ver um filme, dois ou dez, dez vezes mais, sem contar com outras tantas tais como... fumar um cigarro, beber um café, uma imperial, falar porcarias, ter ideias, chorar o passado, temer o futuro, sentir o presente, ou, dependendo dos dias, rir com o passado, franzir os olhos para o futuro e sentir o presente, criar, gostar mais dez vezes! Ligar o computador, falar com os amigos, dizer olá, não ter resposta ao "tudo bem?", subir as escadas, subir no elevador, olhar para a rapariga do lado...dez vezes mais... ups... dez chapadas, dez vermelhões... corar dez vezes. Sentar, levantar, abrir o carro, entrar para o carro, ligar o carro, conduzir o carro, parar o carro, desligar o carro, sair do carro, fechar o carro... dez vez mais... uff... entrar em casa e, no final do dia... tomar um banho... dez vezes seguidas!!

Tuesday, March 07, 2006

A persona que se esconde

Porque há dias em que queremos apenas colocar uma máscara e mesmo assim, tentar fugir dos olhos que nos procuram.