Monday, March 31, 2008

Prlim Prlum Prlim

cores, tambores, favores,

também força de nada

e força de tudo o

que acaba e começa.

Coloram e metem à esquerda

uma trompeta que toca direita

um baixo que toca mais alto

uma guitarra que toca, só toca.


Prlim e prlum...!

Já tocou

Saturday, March 29, 2008

E brinco de parafuso


E brinco de poeta
mesmo quando não o sou.
Talvez, e por enquanto, ainda
seja só pensador, procurador
de um destino difuso,
um incompreendido parafuso
na roda e roda da ânsia de ficar
preso a um estado de alma,
aparafusado a uma parede.
E brinco de chorar porque rio
e de rir porque quero chorar
em vez de me conformar
na beira do rio fugidio
na beira de um mar, agitado.
E brinco criando imagens do que não sou
esse outro que não sou eu
e parece a vós que, quem sou,
não sou quem vos parece.
Assim, acordo contente de ser
e acordo com vida de viver
e passo pelo dia numa imagem
do que o acordar não foi
e do que não é o adormecer.
E se assim não brincasse,
que seria deste perceber,
deste agora que me dou a conhecer?
Abre-me janelas quando fecho portas,
correntes de ar em ventanias mortas,
mostra que a côr da parede,
estado de imagem e sentido presente
se rasga ao aparafusar
o parafuso que é brincar.

Thursday, March 20, 2008

Caracol caracol, põe os corninhos ao sol!


Ontem apercebi-me de algo bastante interessante e, creio, importante na vida de todos nós.
Nunca estamos bem. Ou seja, queremos sempre mais. Esta é a maneira de pensar, ainda que possa ser inconscientemente, do ser humano. Mas atenção! Não é por ter mais que nós nos sentimos bem ou melhor, mas, isso sim, por sabermos que estamos a mudar. E isto em qualquer nível. Seja material ou imaterial. Apenas existe uma diferença: O bem que sentimos connosco próprios e que mais tarde se reflectirá com o bem que sentimos quando estamos com outros. Senão, vejamos: Nós mudamos de lugares, trabalho, fazemos novos amigos, procuramos novas coisas, mas sempre para colmatar um espaço deixado vazio pelo ódio e frustração que nos envolve quando as dúvidas começam a ser muitas, quando pensamos demais no que anda a acontecer conosco e à nossa volta. Aí entramos em rotina e deixamo-nos cair numa certa depressão em que tudo parece errado e temos de mudar algo. E mudamos, na esperança que fique tudo bem, só que ainda não é isso que nos faz sentir bem. Então o que é? Perguntam vocês! É o facto de apercebermos e, acima disto, de aceitarmos essa condição de que não nos sentimos bem e repararmos que mudar é a palavra chave. Mas agora, mudar o quê? A vida? O estilo? Trabalho, casa, roupa, amigos? Não. Apenas mudar a maneira de como vemos as coisas, redefinir naturalmente as palavras, amadurecer. E é quando nos apercebemos disto, «que estamos bem onde não estamos e queremos ir para onde não vamos», que amadurecemos e crescemos mais um pouco mas de uma maneira diferente, daquela maneira em que voltamos a ser a criança que somos, contentes e relaxados que estamos por saber o que se passa conosco e não de uma maneira fechada e idiota. Sabe bem, sabe a ruptura e liberdade! E apetece partilhar!
Por isso caracol, põe os corninhos ao sol e faz aquele passarinho cantar!
Que acham disto?

Sunday, March 16, 2008

Trás Pás Pum


Oh yes, i'm the great pretender... Now let me entertain you...
Pum pum pum máquinas disparos assaltos
Sentidos havidos pressaltos
Sentimentos acrescentos desforrados
Paredes de papel aos quadrados
E saltos e saltilhos e sarilhos
PUM
Quem foi que fez aquilo e que redobrou o meu susto?
Parcos em sorrateirização mostram o que fazem
Mostram não o que são
Ai, triste de quem não sabe
E não quer aprender Pum
Soubesse que em haver há muito e querer há mais Pum
Trás frente lados iguais
Rodas rodas rodilhas presilhas
Que rodam e rodam e rodilham e presilham
Presas do momento redundante
Passado do tempo navegante
O agora de olhares perdidos
Trás trás trás Pum
E agora o agora
Passado de um futuro mal medido
O agora o futuro de um passado meio perdido
Vejam se quiserem saber o saber de quem vê
Que nada eu sei ou não quero dizer
Pum pum pum
Esse nada que há pouco a fazer
Entreti? PUM...

Friday, March 14, 2008

Friday, March 07, 2008

Que força é essa Jorge?


Vi-te a trabalhar o dia inteiro
Construir as cidades para os outros
Carregar pedras, desperdiçar
Muita força pra pouco dinheiro

Vi-te a trabalhar o dia inteiro
Muita força pra pouco dinheiro
Que força é essa
que força é essa
que trazes nos braços
Que só te serve para obedecer
que só te manda obedecer

Que força é essa, amigo
que força é essa, amigo
Que te põe de bem com os outros
e de mal contigo

Que força é essa, amigo
que força é essa, amigo
Não me digas que não me compreendes
Quando os dias se tornam azedos
Não me digas que nunca sentiste
Uma força a crescer-te nos dedos
E uma raiva a nascer-te nos dentes
Não me digas que não me compreendes
Que força é essa…

Vi-te a trabalhar o dia inteiro
Construir as cidades para os outros
Carregar pedras, desperdiçar
Muita força pra pouco dinheiro
Vi-te a trabalhar o dia inteiro

Muita força pra pouco dinheiro

Que força é essa…