Wednesday, February 27, 2008

Decoração improvisada


Falo de cor palavras improvisadas
Frases construídas, canções inanimadas.
Desconstruo sentido
Do falar desconstruido
Sem saber, de cor,
O que digo, o que falo.
E quem ouve e o faz,
De cor, constrói.
E quem faz, fá-lo,
Sabendo que,
Animando com o que vê e ouve,
Improvisa a côr
Nas palavras que diz de cor.

Tuesday, February 26, 2008

Essa miúda


Essa miúda é uma fogueira
que te acende as noites em qualquer lugar
e tu desejas arder com ela
enquanto bebes o perfume
que ela deita nos seus trapos de côr
p'ra te embriagar.

Essa miúda é um exagero.
Diz que sem ti não sabe voar
e tu adoras voar com ela.
E enquanto inventas passos novos
ela vai arquitectando uma teia
p'ra te aconchegar.

Essa miúda
faz-te acreditar
que o sol é um presente
que a aurora traz
Principalmente p'ra ti.

Essa miúda é uma feiticeira.
Prende-te a mente e põe-se a falar
e tu bem tentas compreendê-la
mas o que sai da sua boca
não parece condizer com o que ela
te diz com o olhar.

Essa miúda
faz-te acreditar
que o sol é um presente
que a aurora traz
Principalmente p'ra ti...

Wednesday, February 13, 2008

É ou não é?


Ser ou não ser...
Eis a questão
Ão ão diz o cão,
Quatro patas de brincalhão
Que resposta mais atrevida
Esse peludo de papelão!
Já o vi mais quieto
Quando, de focinho aberto,
Tirou para fora a lingua que sara
E lambeu a minha cara.
Bonito o cão
Que viu um sapo num guardanapo.
Comeu-o? Não
Tem misericórdia este cão
Que pensa e pensa sem mais não
Todas aquelas questões à filosofão.
Mas mais que todas,
Este cão pensa que "ser ou não ser"
É A questão.
É ou não é cão?
Uma vida disfarçada
Este bicho de estroviada
Filosofia de vida cansada.
Rabo de papel peludo
Focinho de peludo papel
Este cão até às orelhas
Tem mel.
É doce doce docinho
Que até apetece comer.
A toda a gente dá carinho
E a todos cria prazer.
Mas a ele o que lhe dão,
Senão mais um empurrão?
Por isso não sabe se é ou não
Um senhor dos a sério
Ou apenas mais um cão.

Sunday, February 10, 2008

Merda!

Não consigo criar!

Não partas, partida...


Partida estás,
Mas não partas.
Desencontrada te encontras
Em uma, duas, todas as pontas
Que cortam, sem ver
A razão do teu ver
A razão do teu ser
Sonhador,
Romântico,
Apaixonado.

As respostas, essas,
Perdidas e desencontradas peças,
Perdidas e desencontradas pontas,
Que estão nas perguntas mais tontas,
Encontrá-las-ás.
Encontrar-te-ás.
Espera um pouco mais...
Peço-te.

Wednesday, February 06, 2008

E quando o vento sopra?


Nada.
Calmo.
Quieto.
Parado.
Inofensivo.
Mais uma vez...